sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MÁRIO SOARES E AS PRIVATIZAÇÕES

O ex-Presidente da República mostrou-se hoje apreensivo com os próximos processos de privatizações, advertindo que empresas "jóias da cora" nacional não podem ser vendidas ao preço da "uva mijona".
O alerta do ex-chefe de Estado foi lançado no debate sobre a Europa que antecedeu a abertura formal do XVIII Congresso Nacional do PS, em Braga, numa parte da sua intervenção em que se pronunciava sobre as consequências do programa acordado com a 'troika' da ajuda externa a Portugal.
"Não podemos aceitar que as nossas jóias da coroa sejam vendidas ao preço da uva mijona. Nós não podemos estar dispostos a isso, temos sempre de saber se aquilo que se paga é ou não compensatório", disse, referindo, depois, que a 'troika' (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) "está a emprestar dinheiro a Portugal a juros muito elevados".
Na sua intervenção inicial, Mário Soares começou por saudar o novo líder do PS, António José Seguro, que se encontrava sentado na primeira fila da plateia, elogiando as suas qualidades morais e políticas.
O ex-Presidente da República estendeu depois parte destes elogios ao candidato derrotado na corrida à liderança do PS, Francisco Assis, entes de se referir de um modo simpático ao ex-primeiro-ministro e ex-secretário-geral socialista, José Sócrates, considerando-o "um homem determinado", com o qual nem sempre esteve de acordo.
Neste contexto, Soares contou um episódio que teve com o ex-primeiro-ministro, que fez rir a plateia. "Um dia disse a José Sócrates que as coisas que lhe dizia entravam-lhe por um ouvido e saiam-lhe pelo outro, mas ele respondeu-me: 'Está enganado, as coisas que me diz entram-me por um ouvido, ficam lá, mas nem sempre concordo consigo'", disse.

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