Antes só do que mal acompanhado”…
Esta máxima popular esconde muitas vezes uma dificuldade de base em conseguir conviver com outras pessoas e outras ideias. A certa altura a solidão apresenta-se como única alternativa concreta às consecutivas relações falhadas.
Há várias vertentes a observar no convívio humano. A capacidade de partilha, o compromisso, a negociação, a compreensão do Outro, a solidariedade e até algum sacrifício em prol dos outros fazem parte inevitável das relações sociais e humanas. Tal como o conflito, que é inevitável mas pode ser relevante no processo de crescimento pessoal e de amadurecimento relacional.
Mas os tempos actuais são de individualismo. Por um lado há cada vez mais pessoas a viverem sozinhas. Por outro lado as pessoas vivem cada vez mais sós, mesmo quando acompanhadas.
Pagam esse preço por uma ilusão de liberdade pessoal até se aperceberem que é tarde demais. Quando antes pensavam poder passar muito bem sem ninguém com quem compartilhar o seu espaço e intimidade, em nome dessa tal liberdade pessoal, mais tarde chegará o momento em que passam a ansiar por companhia. Mas nessa altura, muitas vezes, já é tarde demais.
Ninguém se pode realizar plenamente, enquanto ser humano, com base numa atitude de individualismo. Simplesmente porque só nos tornamos mais humanos na relação com outros seres humanos. Eles ajudam-nos a modelar, constituem os nossos referenciais, quer pela positiva, quer pela negativa.
Já a sabedoria bíblica profetizava no princípio: “Não é bom que o homem (ser humano) esteja só”.
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