São inúmeros os casos de livros que mudam uma vida. Napoleão - dizem - nunca mais foi o mesmo depois de ler O Príncipe, de Maquiavel. Pessoa imitou um dos seus autores favoritos, Poe, em parte da obra e grande parte da existência. Inácio de Loyola abandonou a carreira das armas ao ler uma biografia de Cristo. Marx, para o bem e para o mal, alterou as vidas de milhões de pessoas. E Nietzsche também - ao ponto de ter alucinado um certo cabo austríaco que combateu na I Guerra Mundial e usava um bigodinho ridículo. Ibsen influenciou legislação sobre os direitos das mulheres. Conan Doyle e Simenon marcaram tantos de tal forma que até personagens saídos da sua imaginação, como Sherlock Holmes e o comissário Maigret, se tornaram mais célebres do que os autores, gerando romagens a Baker Street em Londres e ao Boulevard Richard-Lenoir em Paris. Romeu e Julieta, figuras de papel, seduziram mais do que inúmeras pessoas de carne e osso. E já nem falo dos mundos que se descobrem em cada livro da Bíblia...
Sabemos sempre de onde partimos com um livro na mão. Mas somos incapazes de imaginar até onde ele nos conduz. É também isto - é sobretudo isto - que faz o fascínio da literatura.
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