quarta-feira, 27 de junho de 2012
CONSTITUIÇÃO
A pergunta tem todo o sentido. Durante anos foi-nos dito que a Constituição portuguesa defendia os “direitos adquiridos”, impedia o livre despedimento dos trabalhadores, protegia o trabalho, impedia os despedimentos na função pública, o corte de salários, etc., etc. Este era aliás um dos grandes argumentos contra o “sistema” que a Constituição protegia. Alberto João Jardim fez a parte mais lúcida da sua acção politica denunciando esse “sistema”.
Mas agora afinal verifica-se que tudo isto é possível com a “Constituição que temos”, como pejorativamente se dizia. Das três uma, ou a Constituição mudou sem nós sabermos, ou não era o que as sumidades do direito constitucional diziam que era, ou então não vale nada, existir ou não é a mesma coisa.
FONTE:NET
domingo, 17 de junho de 2012
EOLICA FLUTUANTE NO MAR
A Repsol entrou no consórcio da EDP para o desenvolvimento da primeira torre eólica flutuante em alto mar, que já está instalada ao largo da Póvoa do Varzim e que foi ontem inaugurada. A empresa espanhola entra com a mesma posição da EDP - 31% - e assume-se como um dos pricipais investidores nesta obra de 23 milhões de euros.
“Este projeto junta tecnologias de energias renováveis e de plataformas ligadas ao petróleo e ao gás [uma especialidade da Repsol] e por isso esta é uma parceria natural com alguém que também tem como prioridade o offshore”, explicou ao DN/Dinheiro Vivo, o presidente executivo da EDP, António Mexia. E acrescenta: “Começámos por desenvolver isto sozinhos, mas é preciso juntar forças e chamar parceiros”.
A Windfloat pesa duas mil toneladas, tem uma torre eólica com 54 metros e em teoria aguenta um tsunami. Jjá suportou ondas de 15 metros
sexta-feira, 15 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Mia Couto Enxertos sobre Língua Portuguesa
Na edição da revista Tempo Livre deste mês (Lisboa: Fundação Inatel, nº 238, Junho de 2012), é publicada entrevista de Mia Couto a Humberto Lopes em que são abordadas questões da literatura, da lusofonia, de Moçambique, do acordo ortográfico e da identidade. Aqui ficam registados alguns excertos.
CPLP – “Qualquer organização que junta países que estão tão distantes tem que enfrentar [um] processo [que] tem que ser olhado com verdade. O que faz aflição é que há quem pense que ela já está criada… E ainda não está, tem que nascer… Falta nascer no sentido em que essas organizações têm que nascer várias vezes… e têm que estar no lugar certo.
Países de língua portuguesa – “Esses países têm uma expressão diversa, são países que, sendo de língua portuguesa, têm outras línguas, têm outras maneiras de respirar e de pensar que têm de ser consideradas de forma inclusiva, que não se podem marginalizar. E isso significa pensar de todas as maneiras possíveis, económica, etc… Como fazer dicionários, como fazer trocas em que estas línguas falem realmente com o português, dialoguem com o português para que qualquer cidadão destes países possa saltitar entre as duas línguas, a materna e a língua portuguesa.”
Acordo Ortográfico – “O Acordo Ortográfico mexe com uma coisa tão pequenina, mexe com a ortografia, e a minha reinvenção não se opera exactamente aí… É um acordo que unifica tão pouco que não me parece que seja motivo para eu me preocupar… Acho que foi pena, sim, não se ter discutido coisas que eram bem mais importantes, como aquilo que são os nossos laços culturais e as distâncias das políticas culturais.”
Escrever – “As explicações que eu dou sobre as razões por que é que eu escrevo são sempre inventadas. E eu estou sempre a pensar em coisas novas porque não só uma explicação, há várias explicações disso que é a apetência de eu escrever, de criar e de fazer poesia. Mas eu acho que eu sou um escritor do território da poesia, essa é a minha casa. A prosa é uma viagem que eu faço para voltar, para sair de casa e voltar a casa.”
Linguagem – “A linguagem não serve só para descrever o mundo. A linguagem deve ter também uma função de o criar, uma vez que o mundo é sempre o resultado de um olhar, e de um olhar que é muito pessoal, que é sempre uma obra de reinvenção.”
segunda-feira, 11 de junho de 2012
DIA DE CAMÕES
António Sampaio da Nóvoa, presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, discursou hoje, mostrando a necessidade de conciliar o presente com todos nós e com Portugal, povoando a sua intervenção com vários nomes grados da cultura portuguesa, sobretudo ligados ao pensamento. Desse discurso, que pode ser lido na íntegra ficam excertos:
«Começa a haver demasiados “portugais” dentro de Portugal. Começa a haver demasiadas desigualdades. E uma sociedade fragmentada é facilmente vencida pelo medo e pela radicalização. Façamos um armistício connosco, e com o país. Mas não façamos, uma vez mais, o erro de pensar que a tempestade é passageira e que logo virá a bonança. Não virá. Tudo está a mudar à nossa volta. E nós também. (…)
Gostaria de recordar o célebre discurso de Franklin D. Roosevelt, proferido num tempo ainda mais difícil do que o nosso, em 1941. A democracia funda-se em coisas básicas e simples: igualdade de oportunidades; emprego para os que podem trabalhar; segurança para os que dela necessitam; fim dos privilégios para poucos; preservação das liberdades para todos. (…)
No final do século XIX, um homem da Geração de 70, Alberto Sampaio, explica que as nossas faculdades se atrofiaram para tudo que não fosse viajar e mercadejar. Nunca nos preocupámos com a agricultura, nem com a indústria, nem com a ciência, nem com as belas-artes. As riquezas que fomos tendo “mal aportavam, escoavam-se rapidamente, porque faltava uma indústria que as fixasse”, e o património da comunidade, esse, “em vez de enriquecer, empobrecia”. Nos momentos de prosperidade não tratámos das duas questões fundamentais: o trabalho e o ensino. Nos momentos de crise é tarde: fundas economias na administração aumentariam os desempregados, e para a reorganização do trabalho falta o capital; falta o tempo, porque a fome bate à porta do pobre. Então a emigração é o único expediente: silenciosa e resignadamente cada um vai partindo, sem talvez uma palavra de amargura. Este texto foi escrito há 120 anos. O meu discurso poderia acabar aqui. Em silêncio. (…)
É esta fragilidade endémica que devemos superar. O heroísmo a que somos chamados é, hoje, o heroísmo das coisas básicas e simples – oportunidades, emprego, segurança, liberdade. O heroísmo de um país normal, assente no trabalho e no ensino. Parece pouco, mas é muito, o muito que nos tem faltado ao longo da história. (…)
Nas últimas décadas, realizámos um esforço notável no campo da educação (da escola pública), das universidades e da ciência. Pela primeira vez na nossa história, começamos a ter a base necessária para um novo modelo de desenvolvimento, para um novo modelo de organização da sociedade. É uma base necessária, mas não é ainda uma base suficiente.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
TEXTO DE MEDINA CARREIRA
«A origem da presente crise do Ocidente emerge da sua desindustrialização e da dependência energética, com custos crescentes. Foi isso que afundou as economias e foi esse afundamento que motivou os endividamentos já referidos, destinados a evitar uma quebra acentuada do padrão de vida ocidental. Entre nós, sentem-se também os efeitos da incompetência e da irresponsabilidade governativa vigente nos últimos anos. A fragilidade económica ocidental gerou os endividamentos e foram estes que originaram o subprime americano, tanto quanto a chamada crise das dívidas soberanas na Europa. A crise da zona euro surge na sequência desses factos. Sem se enfrentar esta realidade mais ampla, os esforços em curso na Europa do euro, mesmo que bem sucedidos, não evitarão a progressiva decadência do Ocidente. Neste emaranhado de circunstâncias, de que ainda não se fala em Portugal, as árvores são a austeridade, a falta de crescimento e o desemprego. Estão na orla da floresta e por isso são visíveis por todos. Mas a reviravolta do mundo, que é tudo o resto que a liberalização económica provocou, ultrapassa a Europa e o euro, e constitui a verdadeira floresta em que avançamos, desorientados. (...) Já mencionei há pouco as causas situadas fora da Europa. Pela sua importância decisiva, volto a sublinhar que são, primeiro, a instalação das indústrias transformadoras nos países de mão-de--obra muito barata, em geral no Oriente; segundo, os custos crescentes do petróleo. Por isso ficaram connosco: o desemprego industrial, que não diminui; os empregos mal pagos nos serviços pouco qualificados; a obrigatoriedade de importar o que antes produzíamos e agora já não produzimos, provocando desequilíbrios, que não existiam, nas nossas balanças comerciais; a cada vez mais pesada factura do petróleo. São estas as causas essenciais do afundamento das nossas economias. Iludimos esta realidade com os “endividamentos” destinados a manter um nível de bem-estar que já não estava, nem está, ao alcance do que produzimos. As sociedades desta parte do mundo estão a ser enganadas, todos os dias, por um número excessivo de irresponsáveis. Se põem dinheiro a circular sem se instalar uma rigorosa disciplina financeira na Europa, num prazo muito curto corre-se o risco de voltarmos ao ponto de partida.»
Texto,de
Medina Carreira,
segunda-feira, 4 de junho de 2012
DO LIVRO O PEQUENO PRÍNCEPE
Uma obra aparentemente para crianças
O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, é uma obra aparentemente para criança, mas apenas aparentemente. Para elas, apenas mais uma história fantástica. Na verdade, a obra é um apelo aos adultos, que se entregam às preocupações diárias e passam a ver o mundo e as pessoas à sua volta com frieza e praticidade e não dão valor às coisas que realmente merecem.
O livro é narrado por um piloto de avião que sofre um acidente e caí em pleno deserto e conta a história de um principezinho que veio de um pequeno planeta em busca de respostas e aventuras, fantasias normais de uma criança, que vê as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. Cada personagem que nos é apresentado na narração é uma verdadeira metáfora. O pequeno príncipe simboliza o amor e a força inocente da infância que os adultos esqueceram.
A rosa, linda e geniosa, por quem ele se apaixona e toda o sua história é metáfora sobre os relacionamentos homens X mulheres, sobre paixão e amor. Durante sua viagem, antes de chegar ao Planeta Terra, o pequeno príncipe vai conhecendo alguns personagens, como o Rei, que pensa que todos são seus súditos, mas que os controla com extremamente sabedoria - “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”. O autor faz uma crítica às pessoas vaidosas em excesso, que dependem de elogios dos outros para sua auto-estima. Chama atenção aos vícios, ao deparar o pequeno príncipe com um bêbado, que tenta fugir de sua realidade bebendo, por sentir vergonha dela. O homem de negócios que o principezinho encontra é um chamado para se aproveitar a vida, já que o personagem estava sempre ocupado contando suas riquezas e não pode desfrutar a vida.
Fonte:Net
Subscrever:
Mensagens (Atom)