segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pablo Neruda

Morre lentamente

Pablo Neruda


Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.



Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplendido de felicidade

1 comentário:

  1. Filomena gostei mesmo...e dou toda a razão ao autor e como tal aki te mando uns versos meus com votosde bom 2011

    Quero ter um carrossel

    Quero voltar a ser criança pequenina,
    Quero ter um lindo e pequeno carrossel,
    Com cavalos, aviões e uma cadeirinha,
    Para correr, correr sem parar dentro dele.

    Uma vez na vida pelo menos vou sonhar,
    Que posso andar no meu carrossel colorido,
    Onde irei a todo o lado do mundo a viajar,
    E até escolher quem quero levar comigo.

    Anda lindo cavalinho, corre, corre sem parar,
    Que o mundo está á nossa espera desde agora,
    Nestas viagens de faz de conta que sonhei…

    Dou um presente àquele que me levar,
    Por essas terras, por esse mudo fora,
    Eu quero ir, viajar, para onde? nem eu sei.

    dora

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